PROFESSORA: MALVIANA
Patrimônio
“Patrimônio”
é uma palavra que vem do latim, patrimonium, que se refere a tudo o que pertencia
ao pai, pater. Entre os romanos, o patrimônio possuía um caráter aristocrático
e privado, referindo-se à transmissão de bens no interior da própria família,
ou seja, não havia o sentido de patrimônio público, pertencente a todos.
Patrimônio
cultural
A
Constituição Brasileira de 1988, em seu Artigo 216, define o seguinte: Constitue
Patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nas
quais se incluem:
I
– as formas de expressão;
II
– os modos de criar, fazer e viver;
III
– as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV
– as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico.
Podemos
identificar duas categorias de patrimônio, que são:
•Patrimônio
material (tangível): são relativos a bens como edificações, centros urbanos, Paisagens
naturais, obras de arte, mobiliário e sítios arqueológicos, entre outros.
•
Patrimônio imaterial (intangível): é relativo a bens culturais como aqueles
representados por festas, danças, saberes e ofícios, entre outras manifestações
e práticas socioculturais.
Vistas
as definições sobre patrimônio e patrimônio cultural, podemos definir o que vem
a ser cultura. Vejamos.
Cultura
De acordo com Horta,
Grunberg e Monteiro (1999, p. 7), “cultura” refere-se a todas as ações por meio
das quais os povos expressam suas formas específicas de ser, modificando-se no
decorrer do tempo e na passagem das gerações. Assim, podemos concluir que a
cultura é um processo histórico, e não algo dado por nossos antepassados. Ela
sofre influências, mas também se preserva, a fim de que possamos entender quem
somos e, também, nos diferenciar de outros povos.
Educação
Patrimonial
A Educação Patrimonial tem origem na
necessidade de conciliar o progresso e a modernidade com a preservação do
passado. Para que o conhecimento e a
valorização dos nossos bens culturais possam ocorrer, é necessário que se
desenvolva, na população, a sensibilidade para essas questões, e esta só se
dará por meio da educação.
No Brasil, o IPHAN publicou, em 1999, o
Guia Básico da Educação Patrimonial, que se destina a auxiliar professores de
níveis fundamental e médio e também outras instituições sobre como trabalhar a Educação Patrimonial com a
população.
De acordo com esse Guia, a Educação
Patrimonial realiza ações de aprendizado a partir de produtos e manifestações
culturais, procurando despertar nos alunos o interesse pela solução de questões
significativas para sua vida em sociedade (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p.
8).
Assim, o objeto cultural será uma fonte
primária de estudo, desenvolvendo o “conhecimento e o enriquecimento individual
e coletivo” (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 6).
O professor ou o educador de instituições deve
aplicar essa metodologia, e devem levar em consideração o conhecimento dos
alunos sobre o objeto de estudo, ou seja, a “bagagem cultural” deles. Será a
partir desse conhecimento que os profissionais deverão analisar o que
trabalhar.
Outra característica da metodologia da
Educação Patrimonial apresentada é o fato de esta ser interdisciplinar, ou
seja, dependente da interação entre as diferentes áreas do conhecimento e do saber, como a Educação Ambiental, a História, a
Geografia, a Biologia, as Artes, a cidadania, entre outras. O educador, de um
modo geral, deverá:
[...] levar os alunos a utilizarem suas capacidades intelectuais para a aquisição de conceitos e habilidades, assim como para o uso desses conceitos e habilidades na prática, em sua vida diária e no próprio processo educacional (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 9).
[...] levar os alunos a utilizarem suas capacidades intelectuais para a aquisição de conceitos e habilidades, assim como para o uso desses conceitos e habilidades na prática, em sua vida diária e no próprio processo educacional (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 9).
Dessa forma, antes de se iniciar um
trabalho com qualquer um dos temas do patrimônio cultural, é preciso que o
professor defina seus objetivos educacionais e os resultados pretendidos, pois
será mais fácil para que ele e o aluno possam se guiar em torno de um objetivo
comum e almejar um resultado final também comum. E principalmente no nosso
Estado, Rondônia procurar retratar os seguintes objetivos:
·
Observação e preservação de obras públicas
expostas na cidade;
·
Expressão na
criação e feitura de obras artísticas tridimensionais (três dimensões):
maquete, escultura, dobradura, cerâmica etc;
·
A valorização e respeito às
manifestações culturais dos povos;
·
A herança cultural/regional das culturas
negra, indígena e ribeirinha;
·
Pesquisa e
análise de obras de artes visuais produzidas no Estado de Rondônia;
·
A arte de estilização tendo como fonte
de pesquisa a flora e fauna Amazônica;
·
Identificação
das características das obras de artes visuais encontradas em Rondônia;
·
Contextualização
e análise das obras em seu momento histórico cultural de produção e recepção;
REFERêNCIAS
BIBLIOGRáFICAS
BRUNO,
M. C. et. al. Difusão científica, musealização e processo curatorial: uma rede
de possibilidades e desafios para os museus brasileiros. In: Anais I Semana dos
Museus da Universidade de São Paulo, São Paulo: USP, 1999. p.45-50.
FUNARI,
P. P. (Org.). Turismo e patrimônio cultural. São Paulo: Contexto, 2001.
HORTA,
M. L. P.; GRUNBERG, E.; MONTEIRO, A. Q. Guia básico de educação patrimonial.
Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu
Imperial, 1999.
LIBÂNEO,
J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2005.
MARQUES,
D. C. P. C. Arqueologia e Educação: uma proposta de leitura do patrimônio. São
Paulo: MAE/USP, 2005. (Dissertação de Mestrado).
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